Contratos futuros do açúcar fecharam em baixa na última semana
16/03/2021 - 08:29h
Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE, de Nova York, fecharam em baixa na última sexta-feira (12). Segundo analistas ouvidos pela Reuters, o mercado está com aversão ao risco, aliado à valorização do dólar e ofertas apertadas da commodity no curto prazo, o que tem freado quedas mais acentuadas.
No vencimento maio/21, o açúcar fechou a sexta-feira cotado em 16,13 centavos de dólar por libra-peso, queda de 23 pontos no comparativo com a véspera. Já a tela para julho/21 recuou 17 pontos, negociada em 15,72 cts/lb. Os demais contratos oscilaram entre estabilidade, queda de 12 pontos e alta de 7 pontos, nos vencimentos mais longos.
Ainda segundo a Reuters, operadores disseram que o açúcar está se consolidando e deve permanecer em um intervalo limitado de 16 centavos a 16,50 centavos no curto prazo, "sustentado por uma safra ruim na Tailândia, pelas lentas exportações indianas e por incertezas em relação à próxima safra do Brasil".
Açúcar branco
Em Londres a sexta-feira também foi de desvalorização em todas as telas do açúcar branco. No vencimento maio/21 a commodity foi negociada em US$ 459,50 a tonelada, baixa de 3,60 dólares no comparativo com a véspera. Já a tela para agosto/21 recuou, também, 3,60 dólares, com negócios em US$ 446,60 a tonelada. Os demais contratos recuaram entre 2,10 e 3,20 dólares.
Análise
Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, destacou em seu artigo semanal: "nos últimos doze meses (de março/2020 a fevereiro/2021) o Brasil exportou 31.6 milhões de toneladas de açúcar, um acréscimo de 69.2% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso significa que o mercado internacional nesse período recebeu quase 13 milhões de toneladas de açúcar brasileiro a mais do que no ano anterior. Já o preço médio obtido foi 1.3% inferior ao do ano passado".
"O que pode sustentar o mercado futuro de açúcar em NY acima dos 16 centavos de dólar por libra-peso (ou além) terá que vir de fora. Algum fator exógeno que nesse momento nos escapa à visão. Pode vir do mercado de gasolina que vai entrar na temporada de viagens no hemisfério norte e que, devido aos problemas climáticos no Texas, obrigando ao fechamento de refinarias, ainda reflete nos estoques disponíveis e nos preços", destacou.
fonte: Agência Udop, escrita por Rogério Mian