Dívida do setor: saiba qual o valor
24/06/2020 - 08:23h
Imagem: Banco de Imagens
A nossa estimativa é que, no final de maio, o endividamento das usinas no Brasil era de 111,3 bilhões de reais, dos quais 36% lastreados em dólares, o que dá um endividamento médio de R$ 173 por tonelada de cana moída”, afirma Arnaldo Luiz Corrêa, na oitava estimativa da Archer Consulting.
O consultor alerta que devido ao alto nível de endividamento das usinas e seu percentual em dólar e à instabilidade política, a imagem do Brasil lá fora é ruim e preocupa possíveis investidores.
O relatório mostra também que até o dia 31 de maio, 21.1 milhões de toneladas de açúcar da safra 2020/21 já estavam fixadas. “Tendo em conta que nossa estimativa de exportação para esta safra é de 23.5 milhões de toneladas de açúcar, o volume fixado até aquela data era de 89.8% o maior percentual desde que começamos esse levantamento, há dez anos”, analisa a consultoria.
O valor médio desse volume é de 12.91 centavos de dólar por libra-peso ou 56.82 centavos de real por libra-peso (ambos sem considerar o prêmio de polarização), equivalente a R$ 1,305 por tonelada FOB Santos (incluindo pol).
No ano passado, nesse mesmo período, o valor médio das fixações foi de 13.04 centavos de dólar por libra-peso equivalentes a R$ 1,163 por tonelada FOB Santos com pol.
Segundo a consultoria, houve intensificação nas fixações dos contratos com vencimentos mais longos nos últimos tempos e os meses correspondentes à safra 2022/23 caíram 18 dólares por tonelada em relação à média da 21/22 e esta caiu 21 dólares por tonelada em relação à temporada corrente.
Preços continuam em alta
Embora o consumo mundial de açúcar esteja caindo, conforme relatórios de diversos analistas pelo mundo, os preços do adoçante seguem ora o caminho do mercado de petróleo, ora na trajetória oposta à da moeda nacional.
O real caiu 5.20% em relação ao dólar, na última semana, mas o açúcar de curto prazo subiu, fechando ao equivalente a R$ 1,468 por tonelada, ou seja, quase R$ 90 por tonelada na semana.
A Archer Consulting afirma ainda que a Índia deve anunciar a nova política de exportação para a safra 2020/2021 que se inicia no próximo mês de outubro. A produção indiana é estimada em 31 milhões de toneladas de açúcar.
“A redução do consumo naquele país, em linha com o resto do mundo, somada ao acréscimo na produção de açúcar comparativamente à última safra, são componentes encorajadores para o aumento das exportações daquele país. Índia e Tailândia devem amargar uma retração na atividade econômica da ordem de 5.8 e 5.6%, respectivamente”, conclui Corrêa.
fonte: JornalCana, escrita por Andréia Vital