Mix deverá continuar açucareiro na safra de cana-de-açúcar 2021/22
15/09/2020 - 08:20h
Imagem: rachwal, de envatoelements
A safra canavieira atual vem se mostrando bem mais auspiciosa diante do que indicava as previsões no início da temporada, quando a pandemia da Covid-19 impactou o mundo.
Apesar de terem colocado o pé no freio, muitas usinas continuaram seus projetos de expansão e conseguiram amenizar, e muitas lucrar, com os bons preços do açúcar, o que ajudou a equilibrar o caixa diante da queda na demanda das vendas de etanol.
Isso foi mostrado no Webinar JornalCana – 2º CEO Meeting, promovido pelo JornalCana, na útlima quarta-feira (9), quando lideranças do setor detalharam seus planos para a safra de cana-de-açúcar 2021/22.
Alberto Pedrosa, CEO da Clealco, falou sobre o plano estratégico para levar a empresa para um novo patamar de moagem e faturamento e geração de caixa expressivo. Assim como, para encontrar uma solução societária para o grupo, visando novos investimentos e progresso.
Ao citar o próximo ano, o executivo fez alguns questionamentos. “A dúvida é saber onde estaremos em relação à pandemia e aos mercados internacionais. Será que haverá uma retomada econômica? O aumento de produção de açúcar nesta safra e preços do etanol, não irão influenciar o preço internacional do açúcar?”, questiona ele.
O CEO da Cleando apontou ainda outros pontos de incertezas como a mudança de déficit para superávit do adoçante e a volta da demanda econômica sustentada no etanol, o que pode ser a diferença entre preços interessantes ou não. Além da volta das atividades, que irá influenciar no preço da energia no mercado livre, que é um ponto importante de equilíbrio para quem tem cogeração.
“Dentro desse cenário incerto, se os preços continuarem como nesta temporada, a safra 21 22 será muito boa. E para isso, a Clealco já vem se preparando e investindo na manutenção, na renovação dos canaviais, em cerca de 20% ao ano, e trazendo novas competências para a equipe, para ajudar na busca por maior produtividade e longevidade do canavial”, disse.
A empresa investe também para aumentar a sua capacidade operacional, que deve chegar próximo a 80% de ocupação neste ano e a 90% em 2021. E aumentar a capacidade de moagem, atualmente de 7 milhões de toneladas, nos próximos três anos.
Sem dívidas e com uma condição operacional favorável, a Cevasa se prepara para mais uma boa safra, disse o diretor geral da empresa, Luiz Paulo Sant’Anna. Ele comentou que o câmbio ajudou muito neste ano, principalmente na exportação do açúcar, mas vai deixar um déficit para o etanol e a condição do biocombustível na entressafra deverá ser acirrada.
Para ele, a safra deverá ter o mesmo tamanho da atual, talvez com menos cana devido à estiagem. Mas apontou uma dúvida, quando ao início da safra, que poderá ultrapassar a primeira quinzena de abril. “O canavial está estagnado. A fisiologia da cana não decolou e não vai ter tempo hábil para a recuperação do canavial”, analisou.
Mário Lorencatto, CEO da Coruripe, comentou sobre os recordes que o grupo vem conquistando, com a ampliação da moagem em quase 3%, alcançando cerca de 15 milhões de toneladas. Além de aumentar a produção de açúcar em quase 4% e elevar em mais de 5% a geração de energia elétrica. Espera-se fechar a safra 2020/21 com aumento próximo a 7% de faturamento refletindo a implementação de várias ações para melhoria da produtividade e redução de custos.
Sergino Ribeiro de Mendonça Neto, diretor presidente da Vale Verdão, ressaltou que o grupo investiu em modernização de suas unidades, avançando no projeto de cogeração.
A Vale Verdão possui uma estrutura bastante verticalizada, com capital próprio e pouco manejo de cana de fornecedores. O grupo possui 81.850 hectares de lavouras de cana-de-açúcar; 95.000 ha de lavouras cultivadas com grãos a cada ano (7,2 mil ha irrigados em 72 pivôs) e 61.000 cabeças de gado em cria, recria e engorda (pasto + confinamento).
Apresentado pelo jornalista e diretor da ProCana Brasil, Josias Messias, a Quarta-feira Estratégica do JornalCana já está disponível no canal JornalCana do YouTube.
O evento contou com patrocínio da HB Saúde – Humanização e Tecnologia em Saúde; da Pró-Usinas – Empresa do Grupo ProCana focada em tecnologia e inovação de resultados para as usinas; da S-PAA Soteica – Software de RTO que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, instalado em mais de 40 usinas e gerando ganhos superiores a R$ 1/TC.
fonte: JornalCana, escrita por Andréia Vital