Não há chance de racionamento ou blecaute por situação hídrica, diz ministro
09/12/2020 - 08:12h
Imagem: Christopher_Boswell, de envatoelements
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou nesta segunda-feira a possibilidade de racionamento de energia ou blecautes no Brasil em função da situação hídrica, em momento em que a escassez de chuvas afeta reservatórios de usinas hidrelétricas no país.
Albuquerque indicou em entrevista coletiva que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) está acompanhando a condição hídrica das principais bacias e que, diante dos primeiros dados de outubro, foram iniciadas medidas apenas para preservação dos reservatórios.
"Não há possibilidade alguma de racionamento nem blecaute por conta dessa situação hídrica", disse o ministro.
"Nós não estamos querendo apostar nas chuvas", afirmou, acrescentando que protocolos estão sendo cumpridos para garantia da segurança energética no Sistema Interligado Nacional (SIN).
O Operador Nacional do Sistema (ONS) estimou na semana passada que em dezembro as chuvas deverão ficar abaixo da média histórica para o mês nos subsistemas Sudeste, Nordeste e Norte.
Na coletiva desta segunda, o secretário de Energia Elétrica do ministério, Rodrigo Limp, apontou que as regiões onde estão localizados os principais reservatórios do país devem registrar no quarto trimestre os piores índices hidrológicos em pelo menos nove décadas.
"Em termos de trimestre, com certeza para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, caso se confirme as projeções para dezembro, será o pior trimestre de todo o histórico de 90 anos em termos de chuvas nessas regiões", afirmou.
Segundo ele, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste possuem atualmente 16,5% da capacidade armazenada, um nível "bem baixo", enquanto o Sul possui 20,3%, o Nordeste pouco mais de 50% e o Norte, 27%.
Os dados de armazenamento do Sudeste ficam muito próximos dos registrados em 2015, quando também houve uma forte crise hídrica e impacto ao fornecimento de energia no país, disse o secretário.
Diante da situação hídrica brasileira --que resulta em maior utilização da geração termelétrica, de custo mais elevado-- e da retomada do consumo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reativou o sistema de bandeiras tarifárias, aplicando o nível vermelho patamar 2 neste mês.
O ministro Albuquerque disse que não houve qualquer interferência do governo na decisão da reguladora, e que a opção pela bandeira tarifária que considera os maiores custos possíveis de geração foi fruto de um trabalho "integrado e coordenado" em reuniões do CMSE.
fonte: Udop, com informações da Reuters (escrita por Gabriel Araujo)