Rússia quer compensar poluição monetizando captura de CO² no Extremo Oriente
26/03/2021 - 08:15h
A Rússia quer atenuar a sua fama de um dos maiores poluidores mundiais usando parte de suas florestas para ganhar dinheiro.
O Kremlin tem planos de transformar o Extremo Oriente do país, que de tão remoto e gelado é considerado intocável ainda, em um reservatório para a captura de CO² para compensar o efeito estufa que sua indústria de energia proporciona, segundo reportagem da Bloomberg.
A área, maior que a Índia, é tão inóspita que só animais e prisioneiros vivem lá.
As empresas petrolíferas, que juntas capitalizam o país como o maior exportador global, poderão compensar a poluição causada investindo em conservação na região e emitindo créditos no mercado de carbono sobre o que por capturado pelas florestas.
Em entrevista, o ministro do Desenvolvimento do Extremo Oriente Russo e do Ártico, Alexey Chekunkov, disse que "temos o potencial de transformá-la em um grande centro de captura de carbono".
Os grupos interessados poderiam arrendar "seções de floresta do governo para investir em plantio e proteger o que já existe".
Para a empreitada, a Rússia está desenvolvendo uma plataforma que vai recolher dados de satélites e de drones para mensurar a capacidade de absorção de carbono pelas árvores das estepes e da taiga.
O ministro também citou que essa área do Extremo Oriente abriga parte das 640 bilhões de árvores das florestas nacionais.
E que estas corresponderiam a 20% das reservas naturais do mundo e teriam resgatado 620 milhões de toneladas de CO² em 2018, o suficiente para ter compensado 38% das emissões russas de gases de efeito estufa.
Mesmo acreditando que as críticas internacionais à poluição são injustas, e que o "o país merece uma folga" nas cobranças, sobretudo na próxima reunião da ONU para o clima, Chekunkov afirmou que a Rússia vai avançar nos planos de para aquela região do país.
fonte: Udop, com informações do Money Times (escrita por Giovanni Lorenzon)