Temendo fuga de investidores, ministério da Economia defende política ambiental
15/07/2020 - 08:24h
Imagem: Prostock-studio, de envatoelements
Preocupado com a fuga de investimentos estrangeiros, a equipe econômica também decidiu se posicionar sobre a questão do meio ambiente para virar a narrativa de que o governo tem discurso anti-ambiental. À CNN, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, afirmou que a política do governo é "claramente pró-ambiental". O ministério da Economia divulgou uma nota informativa sobre preservação ambiental e investimento direto estrangeiro, nesta terça-feira (14).
Sachsida explicou à coluna que o governo reuniu dados que comparam a situação brasileira com a de outros países críticos da política ambiental do Brasil. Segundo ele, este é um convite ao investidor estrangeiro e tambem à comunidade local para refletir sobre as queixas contra o desmatamento da Amazônia.
"O debate é sempre muito bem vindo mas precisa ser baseado em dados. O Brasil é exemplo na proteção ambiental. Poucos países no mundo tem um grau de preservação ambiental que o Brasil tem. Nós não podemos confundir dados conjunturais que ocorrem por fatores exógenos (externos) com política de governo. Na Austrália, ano passado, houve tremendo incêndio. Temos que separar questão estrutural a dados sazonais", disse o secretário à coluna.
A nota informativa do Ministério da Economia ressalta que "a agenda ambiental é prioritária no Brasil e que o cuidado com o meio ambiente e sua preservação para as gerações futuras é um ativo do qual nosso país se orgulha".
Entre os dados, a equipe de Paulo Guedes ressalta que 12% da área mundial preservada deve-se ao Brasil, "volume superior ao de Estados Unidos e Austrália somados", afirma o texto.
A nota diz que os incêndios florestais que ocorreram na Austrália destruíram área 2,5 vezes maior que a do desmatamento na Amazônia, no ano passado, e a política do governo australiano não deve ser responsabilizada por isso. Na mesma medida, quer dissociar o governo brasileiro do avanço das queimadas na região amazônica.
O Ministério da Economia avalia que "uma versão particularmente danosa dessas críticas associa a intensificação das queimadas e do desmatamento com possível redução do fluxo de investimentos externos direcionados ao Brasil", diz o informativo.
Fuga de investimentos
Enquanto o ministério do Meio Ambiente conduzia o debate, o Brasil sentiu a desconfiança de investidores e retirada de aportes do Fundo Amazônia.
Desde então, algumas mudanças na gestão da crise foram implementadas, como a tomada de controle do Conselho Nacional da Amazônia, por parte do vice presidente da República, Hamilton Mourão.
O ministério da Economia ressalta a situação confortável junto aos investidores como algo que não pode ser perdido. De acordo com o governo, em 2019, o Brasil teve um incremento de 26% no investimento direto e alcançou o quarto lugar entre os países do mundo que mais atrairam investimentos estrangeiros, ficando atrás de Estados Unidos, China e Singapura.
fonte: Udop, com informações da CNN (escrita por Basília Rodrigues)