Açúcar recua na ICE por conta de dólar forte e menores preocupações com a oferta
07/02/2023 - 22:41h
Os futuros de açúcar bruto negociados na ICE caíram para mínimas de uma semana nesta segunda-feira, 6, acompanhando uma alta na cotação do dólar.
O contrato com vencimento em março fechou a sessão em queda de 0,58 centavo de dólar, ou 2,73%, para 20,66 centavos de dólar por libra-peso. Já o açúcar branco, negociado em Londres, teve retração de US$ 1,70, ou 0,31%, para US$ 549,60 por tonelada.
Os preços do açúcar continuam influenciados pela oferta. A Indian Sugar Mills Association (Isma) informou na última quinta-feira, 2, que a produção de açúcar da Índia em 2022/23 (outubro a janeiro) subiu 3,4% na comparação anual, para 19,35 milhões de toneladas. A Índia é o segundo maior produtor mundial de açúcar.
Além disso, a Thai Sugar Mills Corp projetou na última quarta-feira, 1º, que a produção de açúcar da Tailândia em 2022/23 subiria 14% ao ano, para 11,55 milhões de toneladas. No entanto, as exportações de açúcar da Tailândia em 2022/23 devem cair 17,7% na mesma comparação, para 9,05 milhões de toneladas. A Tailândia é o segundo maior exportador de açúcar do mundo.
Na quarta-feira passada, o açúcar bruto registrou uma alta de seis anos devido à redução da perspectiva de produção de açúcar na Índia e às menores exportações do país. A Isma cortou sua estimativa de produção para 2022/23 a 34 milhões de toneladas, ante a estimativa de 36,5 milhões de toneladas feita em outubro.
A entidade também reduziu sua estimativa de exportação para 6,1 milhões de toneladas, frente a uma previsão anterior de 9 milhões de toneladas. Além disso, a Isma disse que vê as usinas de açúcar da Índia desviando 5 milhões de toneladas de açúcar para produção de etanol em 2022/23, anteriormente, esta perspectiva era de 4,5 milhões de toneladas.
Outro fator de suporte para os preços é a redução da produção de açúcar na Europa. A Associação Europeia de Fabricantes de Açúcar previu, em dezembro, que a produção de açúcar da União Europeia em 2022/23 cairia 7% ao ano, para 15,5 milhões de toneladas.
Já um fator negativo para os preços veio do Brasil. O relatório da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), divulgado em 11 de janeiro, mostrou que a produção brasileira de açúcar 2022/23 até dezembro aumentou 4,4% ao ano, para 33,46 milhões de toneladas. O Brasil é o maior produtor de açúcar do mundo.