Cana-de-açúcar: como fazer manejo em lavouras incendiadas
01/10/2020 - 09:21h
Imagem: viledevil, de envatoelements
Um estudo feito recentemente pelo SIAMIG aponta prejuízo de R$ 46 milhões com as lavouras incendiadas criminosamente. As 36 usinas que produzem cana-de-açúcar em MG têm arcado com esses prejuízos. Eles se intensificam, principalmente, no período de julho a agosto. O problema afeta bastante outros estados produtores. Em Goiás, por exemplo, o Corpo de Bombeiros combateu de janeiro a agosto deste ano, 5.417 incêndios. Foram 5.267 em vegetação e 150 em culturas agrícolas, alguns deles em canaviais.
Muitos desses focos de incêndio, praticamente a maioria, são criminosos. Ou seja, foram incêndios provocados por ação humana. Além de problemas ao meio-ambiente e à saúde humana, os incêndios devastam a cana que será colhida. Além disso, prejudicam a lavoura que está em processo de crescimento e brotação, já que a palhada que fica no solo também queima.
De que forma os incêndios prejudicam a lavoura de cana?
Usinas da região Centro-Sul se preocupam devido à seca que pode chegar no final dessa safra. Isso porque o fenômeno climático contribui para geração de incêndios. Avaliando os danos, de acordo com a Raízen, de forma geral, as áreas atingidas por incêndios apresentam uma perda de massa de cana (toneladas) da ordem de 15%. Isso gera uma necessidade de 1,3 a 2,3 R$/tc de custo para repor a biomassa perdida.
Fogo também atinge a palha. Quais são os prejuízos?
Levando esses fatores em conta, a estimativa da companhia é de um prejuízo na ordem de R$ 25/toneladas de cana queimada. Na última safra, o valor do impacto na Raízen em função da perda de cana gerada pelos incêndios agrícolas superou os R$ 40 mm. Além disso, também há danos na palha da cana, que representa cerca de 15% do peso dos colmos da cana madura, ou 12% quando seca. Com os prejuízos avaliados, surge à questão:
Como fazer o manejo em lavouras incendiadas?
Uma das respostas passa pelo manejo biológico e sustentável. Já que ele inclui bioestimulantes, biofertilizantes, compostos microbiológicos, como fixadores de nitrogênio, bactérias e extratos de algas, cuja função é restaurar a microbiologia e aumentar a fertilidade do solo. Mas não basta saber somente o que usar e, sim, como usar.
Então, para proporcionar um benchmarking também nesse sentido, o primeiro painel da 2ª Maratona CANABIO que acontece na segunda-feira, 5/10, às 19h, terá como tema: Principais Estratégias de Manejo Biológico & Sustentável em Cana-de-açúcar. Esse painel conta com a presença de um especialista sobre canaviais incendiados, que é Gaspar Korndörfer, professor da UFU e produtor de cana. Além de outros mestres quando o assunto é manejo biológico e sustentável.
Visando ampliar ainda mais o benchmarking e a profusão de estratégias e técnicas da área, a 2ª Maratona CANABIO de Manejo Biológico e Sustentável em Cana-de-Açúcar se estende ao longo da semana de 05 a 09 de outubro.
Serão 5 webinares diários, de segunda à sexta-feira da semana que se inicia, sempre às 19h, com conteúdo técnico, exclusivo e gratuito. O evento online conta com apresentações de mais de 20 palestras de especialistas, produtores de cana e executivos de usinas.
05/10 – Principais Estratégias de Manejo Biológico & Sustentável em Cana-de-açúcar
Gaspar Korndörfer, Professor da UFU e produtor de cana
Gerson Marquesi, gerente de Cana-de-açúcar da Agrivalle
Matheus Malavazzi, gerente agrícola do Grupo Colombo
Thiago Quintino, gerente de Desenvolvimento Agronômico da BP Bunge Bioenergia
06/10 – Cana 4.0?– A Transformação Digital Puxando a Produtividade da Cana-de-açúcar
Carlos Daniel Berro Filho, diretor Agrícola da Biosev
Gustavo Abrão, RTV Especialista Climate FieldView
Rogério do Nascimento, gerente de Tecnologia Agrícola da Atvos
Saulo Delgado, gerente Corporativo de Planejamento Agrícola e Geotecnologia da BP Bunge Bioenergia
07/10 – Controle Biológico & Manejo Integrado de Pragas
Akira Otsuki, consultor técnico na Planeta Verde
Gustavo Herrmann, diretor da Koppert
José Francisco Garcia, diretor da Global Cana
Thiago de Paula, especialista em Fitotecnia e Qualidade Corporativo da BP Bunge Bioenergia
08/10 – Fertilidade & Microbiologia do Solo
Alan Pavani, gerente de Marketing da Microgeo
Gustavo Britos, OTISA – Paraguai
Luiz Carlos Jatobá, gerente agrícola da Usina Petribú
Ugo da Silva, gestor de processos agrícolas da Usina Santo Ângelo
09/10 – Inovações em Nutrição & Maturação Vegetal + Foliar
José Cristóvão, gerente agrícola da Ferrari Agroindustrial
Leonardo Novaes, gerente Agrícola da Raízen – Araraquara
Roberto Malimpence, consultor da Baraúna
Rodrigo Corrêa, diretor agrícola da Usina Lins
Como se inscrever?
Para participar gratuitamente através de um ambiente virtual criado exclusivamente para o evento, acesse: www.canabio.com.br
fonte: JornalCana, escrita por Alessandro Reis