Ibovespa sobe forte e fecha o trimestre com alta de 12%; dólar a R$ 5,3946
03/10/2022 - 09:08h
Na contramão de NY, a Bolsa brasileira teve um dia de alta generalizada e recuperou as perdas dos dias anteriores.
O Ibovespa subiu fortemente hoje (30) e avançou 2,20%, fechando a 110.036 pontos. O índice foi impulsionado pelas ações da Vale, de siderúrgicas e de varejistas. Enquanto isso, em Wall Street, os principais índices tentavam ganhar tração após dados de inflação piores do que o esperado pelo mercado.
Com a alta do dia, o principal índice de ações da B3 fechou setembro com uma alta de 0,47% e um avanço de 12% no trimestre.
Na contramão dos dias anteriores, hoje o Ibovespa protagonizou uma alta generalizada, com menos de 15 ações fechando o pregão com sinal negativo.
As blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4) reforçaram o movimento. A mineradora subiu 5,28% e as ações da petroleira encerraram o dia com altas superiores a 1%. Juntas, as empresas representam mais de 25% da composição do Ibovespa.
Vale saltou após seu conselho de administração aprovar a reorganização das operações de metais básicos no Brasil. Além disso, a companhia anunciou que cumpriu, ainda no terceiro trimestre, sua meta para o ano no programa contra rompimentos de barragens, ao descaracterizar cinco estruturas a montante.
Além da Vale, Usiminas (USIM5) registrou forte avanço de 7,43% e CSN (CSNA3) também foi destaque do Ibovespa, com alta de 5,65%.
Já a Petrobras subiu sem o reforço do noticiário ou da cotação do petróleo no mercado internacional. Referência para a estatal, o barril Brent fechou o dia com recuo de 0,6%, avaliado a US$ 87,96 na bolsa de Londres. Porém, na semana a commodity evoluiu 2,10%.
As varejistas Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) foram as protagonistas do dia, com avanços de 10,62% e 10,20%, respectivamente. Americanas (AMER3) aparece pouco depois, com alta de 6,99%.
Nos Estados Unidos, investidores mantiveram a postura cautelosa dos últimos dias devido ao avanço do índice de inflação PCE em 0,3% em agosto, depois de ter caído 0,1% em julho. O indicador é acompanhado de perto pelo mercado, já que pode influenciar a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, em termos de política monetária.
Thomas Barkin, do Fed de Richmond, disse hoje que as principais pressões nos preços estão mostrando alguns sinais de afrouxamento, mas que o recuo da inflação não será imediato. Por isso, ele acredita que o Fed persistirá com o aumento dos juros por um tempo ainda.
Já Mary Daly, do Fed de San Francisco, afirmou ontem à noite que não há escolha “a não ser desacelerar de modo dramático a economia” para reverter o cenário atual.
Ontem (29), dados do Departamento de Comércio mostraram que o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA caiu a uma taxa anualizada não revisada de 0,6% no segundo trimestre, o que colocou o país em recessão técnica, por ser o segundo recuo trimestral seguido da economia.
Com isso, o mercado entende que a probabilidade de uma recessão anual é maior com os sucessos apertos monetários que o Fed segue promovendo.
Mais uma vez os índices em Wall Street fecharam em queda. O Dow Jones recuou 1,70%, a 28.730,12 pontos, o S&P 500 perdeu 1,48%, a 3.586,47 pontos, e o Nasdaq caiu 1,51%, a 10.575,62 pontos.
O dólar comercial fechou estável (–0,02%), avaliado em R$ 5,3946. Na semana, a alta foi de 2,78%, enquanto no mês os ganhos chegaram a 3,71% (Forbes, 30/9/22)