Petrobras defende política de preços para manter abastecimento
09/06/2022 - 10:19h
Estatal disse que paridade internacional é benéfica ao consumidor e alertou para alta no preço do diesel no segundo semestre
Segundo a estatal, “preços abaixo do mercado inviabilizam economicamente as importações necessárias para complemento da oferta nacional” e comprometem a competição no mercado para o atendimento ao consumidor brasileiro.
A política de preços é adotada pela Petrobras desde 2016, quando passou a equiparar os preços dos combustíveis do mercado interno aos de importação durante o governo Michel Temer.
“Preços alinhados ao valor de mercado estimulam a produção e a concorrência no presente, assim como fomentam os investimentos que contribuirão para a expansão do volume produzido, para o alcance da qualidade exigida para os produtos, e para incremento da capacidade logística, com benefícios diretos ao consumidor”, diz o comunicado.
A estatal diz ainda que a volatilidade da oferta de diesel causada pela guerra na Ucrânia e o impacto da desaceleração econômica global na pandemia tendem a pressionar o mercado desse combustível ainda mais nos próximos meses. O Brasil importou cerca de 30% da demanda de diesel em 2021 e tem o consumo “historicamente mais alto no segundo semestre devido às sazonalidades das atividades agrícola e industrial”, segundo a Petrobras.
“Diante desse quadro, é fundamental que a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado global seja referência para o mercado brasileiro de combustíveis, visando à segurança energética nacional”, finaliza a Petrobras.
Nesta quarta-feira, o preço do barril do petróleo tipo brent operou em alta de 2,8%, chegando aos US$ 123,97. O valor é o segundo maior desde o início do conflito no Leste Europeu, em 24 de fevereiro. Só perde para 8 de março, quando esteve aos US$ 127,98.
O governo federal e lideranças do Congresso Nacional negociam com representantes dos estados um acordo para aprovar o projeto que limita a cobrança de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que impacta a tributação dos combustíveis. A suspensão temporária do imposto – alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro – tem encontrado resistência entre governadores que dependem dessa arrecadação.
A ideia é avançar, junto com o limite de cobrança do ICMS, duas Propostas de Emendas à Constituição (PECs) para permitir que o governo compense Estados que zerarem o imposto sobre gás de cozinha e diesel.
A proposta foi apresentada por Bolsonaro na 2ª feira (6.jun) ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Deve custar aos cofres públicos de R$ 25 bilhões a R$ 50 bilhões, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes.