Preços externos continuam favoráveis à exportação
02/03/2023 - 10:30h
Grãos e carnes têm valores, em dólares, superiores aos de há um ano.
Os preços externos das commodities continuam favoráveis para a balança comercial brasileira. O país reduz o volume comercializado de alguns produtos neste ano, mas é compensado, em parte, pela alta dos preços externos.
As vendas de soja, líder anual da balança do agronegócio brasileiro, somaram 5,2 milhões de toneladas no mês passado, 13% a menos do que em igual período de 2022.
As receitas, no entanto, atingiram US$ 2,9 bilhões, com queda de apenas 3%. Isso ocorreu devido à alta de 11% nos preços médios de fevereiro, em comparação aos do segundo mês de 2022.
O milho, outro importante componente da balança comercial, também foi beneficiado pelos preços do mercado externo. O Brasil exportou o cereal a US$ 305 por toneladas, 14% a mais do que no ano passado.
Após o recorde de vendas externas de 2022, as exportações do cereal já somam 8,45 milhões de toneladas neste ano, com elevação de 141% sobre as de janeiro e fevereiro de 2022.
Oferta interna menor para o mercado nacional e exportações aquecidas seguram o patamar dos preços do cereal negociado na região de Campinas a R$ 86 por saca.
O trigo, que teve forte aceleração nos preços após a invasão da Ucrânia pela Rússia, há um ano, ainda mantém valores convidativos para a exportação.
No mês passado, o Brasil vendeu o cereal a US$ 326 por tonelada, 9% a mais do que em fevereiro de 2022. O volume colocado no mercado externo, no entanto, foi inferior ao de 2022.
Entre as carnes, a de boi perdeu preço no mercado externo, antes mesmo da suspensão das exportações brasileiras para a China devido ao caso da vaca louca que está sendo analisado no Canadá.
A tonelada da proteína recuou para US$ 4.855, com recuo de 13% em um ano. Já as carnes de ave e suína registraram elevações de 9,3% e 14,5%, respectivamente, no mesmo período.
Após a explosão de preços no primeiro semestre do ano passado, os insumos ficam com valores mais acessíveis, mas ainda aquecidos. As importações de adubo recuaram para 2,1 milhões de toneladas no mês passado, e os preços médios estiveram 20% menores, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), divulgados nesta quarta-feira (1º) (Folha de S.Paulo, 2/3/23)