Preços nos postos: Combustíveis seguem caindo, mas etanol ainda não é competitivo
30/05/2022 - 11:46h
Na média nacional, relação entre os preços do renovável e de seu concorrente fóssil ficou em 71,5% na semana analisada
Os preços do etanol e da gasolina nas bombas seguem em queda na média nacional, somando a quarta retração consecutiva para o renovável e a segunda seguida para o combustível fóssil.
Entre 22 e 28 de maio, o biocombustível passou de R$ 5,224 por litro para R$ 5,186/L na média nacional, queda de 0,73%. Já a gasolina foi de R$ 7,275/L para R$ 7,252/L, diminuição de 0,32%.
Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 3,3469/L para R$ 3,2486/L, queda de 2,94%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Também houve retração de 2,23% nas produtoras mato-grossenses e de 1,75% nas goianas.
Na semana, de acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 71,5%, abaixo do resultado do período anterior, de 71,8%. Esta é a quarta baixa no indicador depois de seis aumentos consecutivos.
Ainda assim, o etanol segue sendo economicamente favorável para os motoristas somente na média de dois estados: Mato Grosso e Goiás.
Além disso, o etanol permanece sem competitividade na média nacional. Ou seja, o preço do biocombustível ficou acima de 70% do custo da gasolina, faixa em que o renovável é tido como economicamente vantajoso para os consumidores.
As comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento dos preços de combustíveis realizado pela ANP ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram levantados os dados de 436 municípios, 11 a mais do que no período anterior.
Variações nos estados
Segundo a ANP, entre 22 e 28 de maio, o preço do etanol subiu na média de nove estados e caiu em 17 e no Distrito Federal. A gasolina, por sua vez, caiu em 19 unidades da federação.
Em São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o biocombustível teve um decréscimo de 0,93%, custando R$ 4,898/L em média; já a gasolina foi vendida a R$ 6,924/L, aumento de 0,23%. Com isso, a relação entre os preços ficou em 70,7%, abaixo do índice de uma semana antes de 71,6% e levemente desfavorável ao etanol. A pesquisa foi feita em 108 cidades paulistas, uma a mais do que no último levantamento.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 5,102/L na média da semana analisada, alta de 0,2%. Enquanto isso, a gasolina subiu 0,32%, para R$ 7,629/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 66,9%, menor que os 67% de uma semana antes, com o etanol seguindo favorável e com o melhor índice entre todos os estados. Segundo a ANP, 17 cidades goianas foram consideradas no levantamento, mesma quantia do que na semana anterior.
Por sua vez, Minas Gerais registrou um decréscimo de 0,72% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 5,354/L. A gasolina passou por uma queda de 0,25% e foi negociada a R$ 7,512/L, em média. Com isso, o renovável custou o equivalente a 71,3% do preço do combustível fóssil, abaixo dos 71,6% vistos na semana anterior, com o etanol mantendo uma média não competitiva no estado. No total, 57 municípios mineiros participaram da pesquisa, quatro a mais do que uma semana antes.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve uma queda de 0,31%, indo para R$ 4,766/L, o menor valor dentre todas as unidades da federação. Na semana, a gasolina teve uma redução de 0,38%, passando a custar R$ 7,011/L. Desta forma, a relação entre os preços ficou em 68%, pouco acima dos 67,9% de uma semana antes, mas permanecendo economicamente vantajosa ao consumidor. A ANP fez a pesquisa em seis municípios mato-grossenses, um a menos do total registrado no último levantamento.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 1,51%, ficando em R$ 5,423/L. A gasolina, por sua vez, teve uma alta de 0,16%, para R$ 7,040/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 77% do preço de seu concorrente fóssil, abaixo dos 78,3% de uma semana antes, porém ainda sendo a mais alta relação entre os seis principais estados produtores de etanol do país. Sete cidades participaram do levantamento.
Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 75,9% do preço da gasolina. No período, o renovável teve uma queda de 0,81%, sendo vendido por R$ 5,516/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores do biocombustível. Já a gasolina caiu 0,27%, indo para R$ 7,264/L. No total, 29 cidades foram pesquisadas no estado, duas a mais do que o visto uma semana antes.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Comparação comprometida
Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.
Entre 22 e 28 de maio, 436 cidades foram pesquisadas, 11 a mais do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.
Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.
Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana
Os preços do etanol e da gasolina nas bombas seguem em queda na média nacional, somando a quarta retração consecutiva para o renovável e a segunda seguida para o combustível fóssil.Entre 22 e 28 de maio, o biocombustível passou de R$ 5,224 por litro para R$ 5,186/L na média nacional, queda de 0,73%. Já a gasolina foi de R$ 7,275/L para R$ 7,252/L, diminuição de 0,32%.
Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 3,3469/L para R$ 3,2486/L, queda de 2,94%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Também houve retração de 2,23% nas produtoras mato-grossenses e de 1,75% nas goianas.
Na semana, de acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 71,5%, abaixo do resultado do período anterior, de 71,8%. Esta é a quarta baixa no indicador depois de seis aumentos consecutivos.
Ainda assim, o etanol segue sendo economicamente favorável para os motoristas somente na média de dois estados: Mato Grosso e Goiás.
Além disso, o etanol permanece sem competitividade na média nacional. Ou seja, o preço do biocombustível ficou acima de 70% do custo da gasolina, faixa em que o renovável é tido como economicamente vantajoso para os consumidores.
As comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento dos preços de combustíveis realizado pela ANP ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram levantados os dados de 436 municípios, 11 a mais do que no período anterior.
Variações nos estadosSegundo a ANP, entre 22 e 28 de maio, o preço do etanol subiu na média de nove estados e caiu em 17 e no Distrito Federal. A gasolina, por sua vez, caiu em 19 unidades da federação.
Em São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o biocombustível teve um decréscimo de 0,93%, custando R$ 4,898/L em média; já a gasolina foi vendida a R$ 6,924/L, aumento de 0,23%. Com isso, a relação entre os preços ficou em 70,7%, abaixo do índice de uma semana antes de 71,6% e levemente desfavorável ao etanol. A pesquisa foi feita em 108 cidades paulistas, uma a mais do que no último levantamento.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 5,102/L na média da semana analisada, alta de 0,2%. Enquanto isso, a gasolina subiu 0,32%, para R$ 7,629/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 66,9%, menor que os 67% de uma semana antes, com o etanol seguindo favorável e com o melhor índice entre todos os estados. Segundo a ANP, 17 cidades goianas foram consideradas no levantamento, mesma quantia do que na semana anterior.
Por sua vez, Minas Gerais registrou um decréscimo de 0,72% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 5,354/L. A gasolina passou por uma queda de 0,25% e foi negociada a R$ 7,512/L, em média. Com isso, o renovável custou o equivalente a 71,3% do preço do combustível fóssil, abaixo dos 71,6% vistos na semana anterior, com o etanol mantendo uma média não competitiva no estado. No total, 57 municípios mineiros participaram da pesquisa, quatro a mais do que uma semana antes.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve uma queda de 0,31%, indo para R$ 4,766/L, o menor valor dentre todas as unidades da federação. Na semana, a gasolina teve uma redução de 0,38%, passando a custar R$ 7,011/L. Desta forma, a relação entre os preços ficou em 68%, pouco acima dos 67,9% de uma semana antes, mas permanecendo economicamente vantajosa ao consumidor. A ANP fez a pesquisa em seis municípios mato-grossenses, um a menos do total registrado no último levantamento.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 1,51%, ficando em R$ 5,423/L. A gasolina, por sua vez, teve uma alta de 0,16%, para R$ 7,040/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 77% do preço de seu concorrente fóssil, abaixo dos 78,3% de uma semana antes, porém ainda sendo a mais alta relação entre os seis principais estados produtores de etanol do país. Sete cidades participaram do levantamento.
Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 75,9% do preço da gasolina. No período, o renovável teve uma queda de 0,81%, sendo vendido por R$ 5,516/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores do biocombustível. Já a gasolina caiu 0,27%, indo para R$ 7,264/L. No total, 29 cidades foram pesquisadas no estado, duas a mais do que o visto uma semana antes.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Comparação comprometidaApós mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.
Entre 22 e 28 de maio, 436 cidades foram pesquisadas, 11 a mais do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.
Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.
Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana