Produção de etanol de milho pode chegar a 6 bilhões de litros em 2023, projeta Unem
31/08/2022 - 16:49h
A produção de etanol de milho do Brasil pode ficar pouco acima de 6 bilhões de litros em 2023. Caso seja confirmado, o volume representa o incremento de 80% sobre o resultado de 2022. A estimativa foi divulgada pelo presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, nesta segunda-feira, 29.
Em 2022/23 (agosto a julho), a safra do grão que dá origem ao combustível pode chegar a 125,5 milhões de toneladas, conforme estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Assim, a quantidade colhida ficaria cerca de 10% maior que no ciclo encerrado em 2022.
“A gente pode produzir biocombustível incentivando o aumento da produção de grãos”, disse Nolasco. “Viramos parceiros do setor sucroenergético”.
De acordo com o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, a produção do combustível à base do grão não atrapalha o suprimento alimentar feito pela cultura. “Não falta milho no Brasil”, garante Silveira. “Estamos produzindo mais do que consumimos”.
Dados da Abramilho mostram que o Brasil figura entre os maiores exportadores do grão no planeta. Na safra 2021/22, por exemplo, o Brasil ficou em segundo lugar no ranking de fornecimento global, com 43 milhões de toneladas de milho embarcadas. Nesse ciclo, a colheita brasileira do grão foi a terceira maior do mundo, abaixo apenas da China e dos Estados Unidos, país na primeira posição da listagem.
“Apenas 5% do milho produzido se destina ao consumo humano direto, sob a forma de farinhas, fubás, angu, mingaus, pamonha, canjica, cuscuz, polenta, cremes, bolos, pipoca ou simplesmente milho cozido e assado”, conforme escreve o ex-chefe da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, em artigo publicado na Edição 123 da Revista Oeste.
“Na indústria agroalimentar, ele entra na composição de biscoitos, pães, chocolates, doces, geleias, sorvetes, maioneses, uísques e cervejas. A cerveja brasileira contém 45% de milho, em vez de cevada”, relata.