Produtor de soja planta mais e terá área recorde em 2022/23
23/08/2022 - 09:28h
O Brasil deverá semear perto de 43 milhões de hectares, com produção estimada de até 153 milhões de toneladas.
A preocupação com a falta de insumos para as lavouras brasileiras surgida no final do ano passado —acentuada ainda mais com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, em fevereiro último—, acabou não se confirmando.
O país teve os insumos, embora com preços bem mais caros do que nos anos anteriores. Dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) indicam que, em média, os custos de custeio subiram 67% nesta safra 2022/23, em relação à anterior.
Há aumentos, no entanto, de até 120%, quando considerados isoladamente alguns produtos. Isso ocorreu principalmente no setor de fertilizantes, onde houve uma quebra na produção e uma redução na oferta, provocadas inicialmente pela pandemia e, na sequência, agravadas ainda mais pela guerra no Leste Europeu.
Essas incertezas de mercado não impediram, no entanto, uma nova aceleração na área de plantio da soja, o principal produto agrícola brasileiro.
As consultorias que já fizeram previsões de plantio para a safra 2022/23 da oleaginosa indicam uma área próxima a 43 milhões de hectares. No ano passado foram 40,9 milhões, segundo a Conab.
Cleiton Gauer, superintendente do Imea, diz que o aumento de área não é tão otimista como foi no ano passado em Mato Grosso, quando o crescimento atingiu 10%, mas, apesar de todas essas adversidades, deverá ter uma evolução de 2,9%.
Nos cálculos do Imea, os agricultores de Mato Grosso, principal estado produtor de soja do Brasil, vão semear 11,8 milhões de hectares, com estimativa de produção de 41,5 milhões de toneladas.
Essa evolução ocorre porque muitos agricultores, incentivados pela boa rentabilidade da safra nos últimos anos, já vinham se preparando para um aumento de área.
Os que deixaram para tomar essa decisão mais tarde reduziram o ritmo de plantio, diante dos elevados custos de produção.
Gauer afirma, no entanto, que a estimativa de produção está baseada em uma média dos anos recentes. O clima, porém, está bastante incerto, o que pode gerar impactos diferentes nas diversas microrregiões do estado.
A partir do dia 15 de setembro, os produtores de Mato Grosso estão liberados para o início do plantio de soja. Até o final de julho, 93% dos insumos utilizados nas lavouras, como fertilizantes e defensivos, já estavam comercializados.
Queda recente nos preços da soja em Chicago, custos maiores no campo e espera por preços melhores no mercado fizeram o produtor pisar no freio nas vendas antecipadas da soja que ainda deverá semear.
Segundo o Imea, apenas 25,5% da oleaginosa já está negociada, o menor patamar para este período do ano nas últimas cinco safras.
Os preços da soja deste ano estão bons, mas não trazem a mesma liquidez da safra anterior, quando os custos eram menores. "O produtor aguarda o movimento [dos preços] e vai fazendo o necessário", afirma o superintende do Imea.
Uma das principais preocupações do produtor é o balanço entre oferta e demanda mundiais. Uma grande safra, mas com demanda arrefecida, seria o pior cenário, uma vez que os custos de produção estão sendo elevados, afirma o superintende do Imea.
Nesta safra, os custos operacionais, incluindo custeio e gastos pós-safra (transportes e outros), atingem R$ 6.268 por hectare. Apenas os gastos com custeio —insumos básicos como semente, adubo e agroquímicos— somam R$ 4.909, segundo o Imea.
"É uma safra que exigiu muito mais investimento, e é momento de o produtor ser mais eficiente e ter boa gestão de seu negócio", diz Gauer.
Dados do Imea indicam que uma compra de insumos no pior cenário de preços tem uma diferença de até 68% em relação ao produto adquirido no momento mais propício.
Nem sempre o produtor vai acertar esse momento de negociação, mas a gestão com certeza vai melhorar a rentabilidade, afirma Gauer.
As consultorias Stonex e Safras & Mercado estimam uma área de 42,9 milhões de hectares de soja e safra superior a 150 milhões de toneladas. Segundo a Stonex, a que projeta a maior safra, a produção brasileira deverá ser de 152,6 milhões de toneladas.
A AgRural e a S&P Global Commodity Insights estimam áreas um pouco acima dos 42 milhões de hectares. No caso da S&P, a produção poderá atingir 149,5 milhões de toneladas.
AgRural, que deverá refazer as estimativas de área e de produção nas próximas semanas, prevê uma safra de 146,3 milhões de toneladas (Folha de S.Paulo, 23/8/22)
O Brasil deverá semear perto de 43 milhões de hectares, com produção estimada de até 153 milhões de toneladas.A preocupação com a falta de insumos para as lavouras brasileiras surgida no final do ano passado —acentuada ainda mais com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, em fevereiro último—, acabou não se confirmando.O país teve os insumos, embora com preços bem mais caros do que nos anos anteriores. Dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) indicam que, em média, os custos de custeio subiram 67% nesta safra 2022/23, em relação à anterior.
Há aumentos, no entanto, de até 120%, quando considerados isoladamente alguns produtos. Isso ocorreu principalmente no setor de fertilizantes, onde houve uma quebra na produção e uma redução na oferta, provocadas inicialmente pela pandemia e, na sequência, agravadas ainda mais pela guerra no Leste Europeu.
Essas incertezas de mercado não impediram, no entanto, uma nova aceleração na área de plantio da soja, o principal produto agrícola brasileiro.
As consultorias que já fizeram previsões de plantio para a safra 2022/23 da oleaginosa indicam uma área próxima a 43 milhões de hectares. No ano passado foram 40,9 milhões, segundo a Conab.
Cleiton Gauer, superintendente do Imea, diz que o aumento de área não é tão otimista como foi no ano passado em Mato Grosso, quando o crescimento atingiu 10%, mas, apesar de todas essas adversidades, deverá ter uma evolução de 2,9%.
Nos cálculos do Imea, os agricultores de Mato Grosso, principal estado produtor de soja do Brasil, vão semear 11,8 milhões de hectares, com estimativa de produção de 41,5 milhões de toneladas.
Essa evolução ocorre porque muitos agricultores, incentivados pela boa rentabilidade da safra nos últimos anos, já vinham se preparando para um aumento de área.
Os que deixaram para tomar essa decisão mais tarde reduziram o ritmo de plantio, diante dos elevados custos de produção.
Gauer afirma, no entanto, que a estimativa de produção está baseada em uma média dos anos recentes. O clima, porém, está bastante incerto, o que pode gerar impactos diferentes nas diversas microrregiões do estado.
A partir do dia 15 de setembro, os produtores de Mato Grosso estão liberados para o início do plantio de soja. Até o final de julho, 93% dos insumos utilizados nas lavouras, como fertilizantes e defensivos, já estavam comercializados.
Queda recente nos preços da soja em Chicago, custos maiores no campo e espera por preços melhores no mercado fizeram o produtor pisar no freio nas vendas antecipadas da soja que ainda deverá semear.
Segundo o Imea, apenas 25,5% da oleaginosa já está negociada, o menor patamar para este período do ano nas últimas cinco safras.
Os preços da soja deste ano estão bons, mas não trazem a mesma liquidez da safra anterior, quando os custos eram menores. "O produtor aguarda o movimento [dos preços] e vai fazendo o necessário", afirma o superintende do Imea.
Uma das principais preocupações do produtor é o balanço entre oferta e demanda mundiais. Uma grande safra, mas com demanda arrefecida, seria o pior cenário, uma vez que os custos de produção estão sendo elevados, afirma o superintende do Imea.
Nesta safra, os custos operacionais, incluindo custeio e gastos pós-safra (transportes e outros), atingem R$ 6.268 por hectare. Apenas os gastos com custeio —insumos básicos como semente, adubo e agroquímicos— somam R$ 4.909, segundo o Imea.
"É uma safra que exigiu muito mais investimento, e é momento de o produtor ser mais eficiente e ter boa gestão de seu negócio", diz Gauer.
Dados do Imea indicam que uma compra de insumos no pior cenário de preços tem uma diferença de até 68% em relação ao produto adquirido no momento mais propício.
Nem sempre o produtor vai acertar esse momento de negociação, mas a gestão com certeza vai melhorar a rentabilidade, afirma Gauer.
As consultorias Stonex e Safras & Mercado estimam uma área de 42,9 milhões de hectares de soja e safra superior a 150 milhões de toneladas. Segundo a Stonex, a que projeta a maior safra, a produção brasileira deverá ser de 152,6 milhões de toneladas.
A AgRural e a S&P Global Commodity Insights estimam áreas um pouco acima dos 42 milhões de hectares. No caso da S&P, a produção poderá atingir 149,5 milhões de toneladas.
AgRural, que deverá refazer as estimativas de área e de produção nas próximas semanas, prevê uma safra de 146,3 milhões de toneladas (Folha de S.Paulo, 23/8/22)