Vendedores de milho priorizam negociação nos portos
30/11/2022 - 09:01h
Enquanto as negociações nos portos seguem intensas desde o início deste mês, impulsionadas pela maior demanda externa, a liquidez tem sido baixa no interior do país. É o que informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
“Atentos às valorizações nos portos e à espera de novas altas nos preços, agricultores priorizam as vendas ao mercado externo e limitam a disponibilidade no mercado à vista nacional”, relatam os pesquisadores.
De acordo com eles, somado à maior presença de compradores, esse cenário vem elevando os valores do milho. Assim, a demanda mais aquecida nos portos brasileiros ocorre mesmo em período de colheita nos Estados Unidos.
“A maior procura externa é influenciada pela oferta global enxuta, tendo em vista problemas climáticos no Hemisfério Norte, que reduziram a oferta, e o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que resulta em limitações da logística no Mar Negro”, justificam os pesquisadores.
Por sua vez, os estoques brasileiros confortáveis e a expectativa de safra verão volumosa estimulam produtores a negociarem o milho para exportação. “Com isso, até a terceira semana de novembro (considerando-se 12 dias úteis), os embarques brasileiros já superaram o volume escoado em todo o mês de novembro do ano anterior”, observam.